sábado, dezembro 30, 2006

Dia 3 na Gr22

Ja estamos os 3 (eu, André e Bárbara) em Sortelha prontos para passar o último fim de semana do ano na companhia de mais amigos.
Como era de esperar não conseguimos pedalar até cá e ficámos em Freineda a uns 60km. O dia começou em Almofala às 10am, estava enevoado, e assim que começámos a pedalar também nos apercebemos do vento contra que nos acompanharia o resto do dia. Duas horas depois estávamos em Almeida a parar para comer e beber um chá bem quente; estávamos com frio.
Depois de Almeida voltámos a descer ao rio Côa para nova subida. Parámos em Leomil para assistência e seguimos para a aldeia histórica de Castelo Mendo: a descida até lá é fantástica. Depois ainda fizemos mais uma bela descida de novo até ao Côa: atravessá-lo é que foi complicado pois não havia passagem completa entre as margens e tivemos que nos molhar quase até à cintura. Terminámos 4km depois em Freineda: já estava de noite e começava a chover.
Ao todo foram mais uns 58km neste terceiro dia, e nos três dias fizemos quase 200km.
As fotos e comentários finais serão postados em breve!

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Gr22 invernal

Este dias de sol no Inverno são os melhores para pedalar. Os raios solares fazem-nos esquecer as baixas temperaturas e só quando o sol se põe é que nos lembramos da sopa quente e da lareira.
O objectivo de hoje era percorrer os 67km que ligam Linhares da Beira a Marialva mas não conseguimos por vários motivos: começamos já depois das 11am; tivemos vários furos e precalços; e pior de tudo foi que o caudal invernal do Mondego nos impediu de o passar por onde era suposto e obrigou a um pouco meigo desvio de 15km. Acabamos assim em Moreirinha a 14km de Marialva onde a Bárbara nos esperava. Quando paramos, já depois das 18h, estava noite cerrada e as temperaturar a roçar o zero. Amanhã vamos tentar recuperar os kms em atraso e chegar a Almeida.
Paisagens fantásticas, trilhos lindos, cães que se divertem a perseguir ciclistas... O vale da ribeira de muxagata depois da Aldeia Nova é assombroso! Amanhã há mais!

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Yvon Chouinard

Este senhor é fundador e dono da Patagonia, que é uma marca de roupa e acessórios para desportos e actividades ao ar livre. Apesar de não ser muito conhecida entre nós a Patagonia ganha mais de 230 milhões de dólares anualmente em todo o mundo.

Let my people go surfing – the education of a reluctant businessman” é o título de um livro escrito por Yvon Chouinard que li recentemente. O livro está dividido em duas partes: a primeira conta a sua história e como é que a Patagonia surgiu; na segunda parte explica as suas filosofias de gestão e como é que uma empresa criada do nada atingiu esta dimensão.

Alpinista, surfista e também gestor, Yvon era um jovem da Califórnia que gostava de ir escalar para Yosemite e subir montanhas nos EUA e no Canadá. À medida que as suas metas se tornavam mais ambiciosas começou a fabricar o seu próprio material, pois na altura o mercado de equipamentos para estes desportos ainda estava por desenvolver. Daí até começar a vender aos amigos, e aos amigos dos amigos, foi um “pequeno” passo. Com os ganhos financiava as suas próximas viagens e aventuras pelo mundo fora, até que começou a importar (inicialmente da Escócia) têxteis para escalada e alpinismo. Mais tarde a empresa de material para escalada e alpinismo saiu da sua alçada (hoje chama-se Black Diamond), e ficou a Patagonia.

À medida que a empresa foi crescendo Yvon foi contratando gestores competentes mas assumiu funções importantíssimas: ele era uma das pessoas que ia para o terreno testar os novos produtos, fosse uma escalada nos Himalaias, um trekking na Patagónia ou uma descida de kayak num rio selvagem no Canadá. Para além disso Yvon também é responsável pela filosofia de desenvolvimento sustentável seguida pela Patagonia: foi uma das primeiras empresas a introduzir no mercado têxteis sintéticos criados a partir de garrafas recicladas; foi a primeira empresa a usar algodão 100% orgânico (apesar dos elevados custos); criou o movimento 1% for the Planet em que as empresas membro doam 1% das suas vendas anuais para causas ambientais.

É um livro interessante pois conta a história de uma pessoa interessante, e explica as filosofias de gestão de alguém que se manteve sempre fiel aos seus princípios e nunca enveredou pelos caminhos usuais de um gestor. Yvon Chouinard é um homem que seguiu as suas convicções e teve sucesso.

PS: Já agora o título “Let my people go surfing” advém do facto de a determinada altura ter criado na Patagonia, cujas instalações são em Ventura na Califórnia, um horário flexível para os trabalhadores que lhes permitia não ir trabalhar quando as ondas estavam boas, sendo que depois teriam que compensar isso!