Algarve IV - Via Algarviana em BTT
Via Algarviana: a azul o que fizemos, e a vermelho o que ficou por fazer
Vou começar pelo fim: o objectivo de cumprirmos os 300km da Via Algarviana em 3 dias não foi cumprido e desistimos quando ainda faltavam 85km para o final. :(
Depois da desistência do André, eu e o Hugo decidimos tentar fazer a Via Algaviana em 3 dias (em vez dos 4 inicialmente previstos). Achámos que 100km por dia não era muito e até poderíamos fazer mais do que isso em alguns dias - ao substimar a Via cometemos o nosso primeiro erro.
Aqui ficam algumas das nossas desculpas:
* Substimamos a Via Algarviana - esta rota não deve ser substimada, é BTT puro e duro, com subidas e descidas muito íngremes, e muita subida acumulada. No primeiro dia subimos 1700m (em ~95km), no segundo foram 2200m (em ~95km) e no terceiro já íamos com mais de 1000m quando desistimos com cerca de 30km feitos. Não se trata portanto de um percurso simples para cicloturistas...
* Precisamente por termos substimado a Via levámos carga a mais, principalmente eu! Levei alforges com uma série de coisas que não precisei, e logo na subida à Serra de Monchique no 1º dia comecei a pagar a factura... Achei que peso a mais resultava em melhor treino! :)
* A Via Algaviana foi pensada como sendo um percurso pedestre, e por isso há algumas partes do trilho não cicláveis em que é necessário carregar a bicicleta (ainda por cima estavam pesadas!). São distâncias relativamente curtas mas onde se perde imenso tempo, e na Serra de Monchique é onde aparece a maior parte destres trilhos: chegámos a demorar 1 hora para fazer uns 3 ou 4km...
* O verdadeiro motivo da nossa desistência foram os furos. Levámos 5 câmaras de ar suplentes (2 das minhas estavam estragadas...) e acabámos com o stock. Quando íamos passar à fase de remendar descobrimos que (estranhamente) tínhamos ambos os tubos de cola vazios... Portanto, toca a pegar no telemóvel. Com tanto peso e tanta tralha que levei é um bocado imbecil desistir por não ter mais câmaras de ar, ou cola para remendos, mas ficou a lição para as próximas.
Os furos e a falta de material suplente foi o que nos levou verdadeiramente a desistir, mas se não tivéssemos desistido muito provavelmente não teríamos chegado a Alcoutim ao 3º dia.
As próximas travessias terão que ser melhor preparadas!
1º dia: Sagres - Monchique
Eu e Hugo no Cabo de São Vicente
Cabo de São Vicente
Cabo de São Vicente
Entre Barão de São João e Bensafim
Entre Barão de São João e Bensafim
Entre Bensafim e Marmelete
Serra de Monchique ao final da tarde
2º dia: Monchique - Salir
Eu e Hugo no Picoto (Serra de Monchique) - o trilho até lá cima é maioritariamente pedestre, por isso foi o cabo dos trabalhos para chegar lá cima...
Hugo no Picoto
Eu no Picoto com Monchique e a Fóia lá atrás
Primeiro furo entre Monchique e Silves
A etapa de Monchique a Silves foi a mais dura de todas: demorámos 4 horas para fazer 30km. Depois de descer do Picoto achámos que ia ser sempre a rolar bem, mas enganámos-nos! Trilhos cicláveis de sobe-e-desce mas sempre com inclinações brutais tanto a subir como a descer...
Nunca mais chegamos a Silves...
Eu e os terríveis montes a Norte de Silves
Banho refrecante na Barragem
3º dia: Salir - Castelão
Quase a chegar a Barranco do Velho para o pequeno-almoço
Eu e a terrível Serra Algarvia
Finalmente não queria deixar de dizer mais algumas coisas:
* apesar de tudo o percurso é lindíssmo e o interior Algarvio tem muitas surpresas para nos oferecer;
* as aldeias perdidas no interior são todas muito bonitas e as pessoas do mais simpático e hospitaleiro que há: oferecem sempre água fresca, fruta, e estão sempre dispostas a ajudar no que fôr preciso;
* também gostei muito do parque de campismo rural "Pote d'Ouro" em Salir, onde fomos muito bem recebidos.